A OFICINA DE MOSAICO
Sei que notei a existência de uma de "mosaico das ideias" na Inverso, às sextas feiras pela manhã, dirigida pelo psicólogo Thiago. A princípio, não dei atenção. Com o decorrer, paralelamente fazendo minhas bijuterias e leituras, tive a intenção de participar; mas como vivo aprendendo na vida, hesitei... Na minha experiência de convívio de mais de 20 anos com a turma de saúde mental, tive a pessimista conclusão de que tudo que me proporcionaram era mal feito, fragmentado, desorganizado, sem princípio, meio e fim.
O certo é que a oficina perdurou. Resolvi iniciar, dei continuidade e não quero mais largar. Iniciei atrapalhado, pensando demais, querendo me antecipar, misturando história, matemática, sobrenatural e metafísica, no burilamento com os pedacinhos de mosaicos. Era uma grande dificuldade, complicação e confusão. Aí preservei, dediquei-me em outros dias da semana e o trabalho foi rendendo, as complicações desaparecendo.
Fiz um trabalho em três bandejas... Numa demorei uma semana, na segunda quatro dias, na terceira um dia e meio. Isso tudo ocorrendo de modo natural, simplesmente dava atenção ao que fazia, cumpria horário e tinha dedicação prazerosa. A capacidade de realização foi crescendo assustadoramente e os impedimentos sumindo.
Foi gratificante. O meu alejo desfechado aos sete anos não é absoluto. Está se comprovando que, com jeito, perseverança e certa ajuda, sou capacitado. Não quero é cair na filosofia desconexa do psicólogo Thiago de dar destino filantrópico às minhas obras. Acho que o capitalismo teve início há muito tempo e doente mental precisa ganhar dinheiro. Se não é trouxa de tudo. Se ele poder fazer é porque já tem o principal e precisa dar destino acertado.
O trabalho com o mosaico está sendo mais um demonstrativo de que não sou mais aquela pesso incapaz de terminar alguma obra. Passei a sentir um alvorecer no lidar com as coisas do dia-a-dia.
Escrito por Luís Aires Sampaio.
0 comentários:
Postar um comentário